top of page
Buscar

Maternidade Real

Foto do escritor: Clínica FleumaClínica Fleuma

A maternidade é um momento cheio de amor e carinho, além de normalmente ser muito esperado pelos pais, familiares e amigos, mas não é perfeito. As propagandas que usam imagens de família, sempre apresentam os familiares sorrindo, se divertindo e na maioria das vezes a família representada tem padrões ditos “perfeitos” diante da sociedade, compostos por pai, mãe e dois filhos. Os padrões são outros hoje em dia. As pessoas possuem mais liberdade para falar sobre a maternidade e as famílias “reais”. Ter filhos é desafiador e a mãe deve falar sobre isso para aliviar a pressão.


No momento da gravidez já começam os julgamentos: “engravidou com 17 anos”, “é separada e está esperando um filho”, “vai ter o terceiro filho”, “como vai criar um filho com o salário que recebe”,” criou uma criança mal-educada e vai ter mais um” ...


Durante o parto, que é um momento importante e muito esperado, os índices mostram que 30% das mulheres atendidas em Hospitais Privados e 45% das mulheres atendidas em Hospitais Públicos sofrem algum tipo de violência obstétrica (de acordo com um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz). O parto deve ser um momento de alegria, o que torna estes números alarmantes e inaceitáveis.


Violência obstétrica é toda ação feita sem o consentimento da mulher, que desrespeite sua autonomia e cause sofrimento físico ou emocional, como por exemplo não permitir o acompanhante durante o parto, a Manobra de Kristeller (quando o profissional de saúde pressiona o útero da gestante com as mãos para forçar a saída do bebê) e vários outros, que incluem até mesmo xingamentos como “está fazendo corpo mole” ou “larga de frescura”. A questão a que te convido a refletir é sobre o fato de que as mulheres não falam sobre o que passaram, ficam constrangidas ou não querem estragar o momento tão esperado e sofrem caladas.


E ainda vale mais uma reflexão muito importante sobre as mulheres que não sofreram nenhum tipo de violência obstétrica. Se o parto foi normal a dor é imensa e se o parto foi uma cesariana ela recebeu uma anestesia na coluna vertebral, depois um corte de 12cm em 7 camadas de tecidos e no final, depois da retirada do bebê, ela foi costurada, ou seja, apesar de ser um momento de alegria, o processo não é fácil.


A mulher vai para casa com o bebê, muitas vezes, depois de ter sido julgada na gravidez e ter passado momentos difíceis durante o parto e este é um momento de insegurança para a mãe, principalmente se for o primeiro filho. Os bebês, mesmo aqueles que dormem bem à noite, terão semanas que estarão mais agitados ou com cólicas e não deixarão a mãe dormir. E nem chegamos na amamentação, que é um momento especial, muitas vezes trazido em foto lindas, mas que no começo tem seus desafios, pode doer muito, sangrar às vezes, vazar leite do peito em locais públicos. Há também que se fazer referência ao momento quando a criança está criando dentes...as mordidas doloridas.


Enfim, ter filhos é maravilhoso e um momento de muito amor, com seus altos e baixos. Este artigo é para ser um alento no coração das mães que sofrem caladas ou sentem vergonha de falar das partes difíceis da maternidade, pois as coisas boas estão estampadas nas capas de revistas, perfis do Instagram e propagandas. Dos momentos difíceis ainda falamos muito pouco. Se este texto fez sentido pra você, te sugiro procurar o apoio profissional de um Psicólogo para te ouvir, refletir e conduzir você nesta jornada, sem sentimento de culpa.



8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Kommentare


Nos siga nas Redes Sociais

  • Instagram Clínica Fleuma
  • Facebook Clínica Fleuma

© 2022 por Clínica de Psicologia Fleuma.

Site desenvolvido por                 

Av. Assis Brasil, 3532 - Sala 914 - Jardim Lindóia, Porto Alegre

Horário de atendimento da recepção:

Seg a Sex : 08:30 - 18:30

Sáb : 08:30 - 12:30

Dom: Fechado

BeEmotion logo_edited_edited.png
rodapé_3.png
bottom of page