Quando olhamos para nós mesmos e para o mundo temos a percepção de coisas distintas, não observamos a dialética ininterrupta que existe entre as duas partes. Temos a impressão de que somos observadores passivos e que o mundo é algo que está ali para fluir, ser avaliado e julgado.
Mas a grande verdade é que influenciamos e somos influenciados pelo mundo o tempo todo; há uma troca constante, mas perceptível apenas após algum tempo. Ele é um espelho que recebe e reflete nossas ideias e ações constantemente e entender esse processo faz com que, ao exclamarmos “o mundo é cruel”, tenhamos consciência de que isso é fazer um mea-culpa, assumir nossa parcela de responsabilidade pelo que nos cerca.
O pior é ver o ser humano responsável por tudo o que está aí fora e percebendo-se como vítima de um mundo injusto, que não ama seus filhos. Olhando por essa ótica, tendo o mundo como pai ou mãe, só posso chegar à conclusão de que somos filhos desnaturados.
Passou da hora de assumirmos a responsabilidade por esse mundo que é reflexo de quem somos e, quando falo de mundo refiro-me à sociedade e ao planeta. Temos pouco tempo se quisermos reverter essa situação caótica em que estamos. Sei que estou parecendo pessimista, mas a verdade é que estamos destruindo a Terra e nossa “humanidade” e não quero que as próximas gerações olhem para trás e me vejam como um algoz frio e desumano.
Temos uma chance: que a consciência de nossa mediocridade frente ao universo traga à tona toda humanidade e grandeza escondidas por debaixo de nossa vaidade e soberba.
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