O psicólogo norte-americano Carl Rogers, diz num trecho de um de seus livros que “as pessoas são tão belas quanto um pôr do sol quando as deixamos ser”. Esta frase impactou-me, pois encerra muita sabedoria. Parafraseando Rogers, quando apreciamos um pôr do sol não ficamos dizendo a ele que ponha um pouco mais de laranja de um lado ou rosa de outro, até porque não nos atenderia. O que fazemos é apenas apreciá-lo, do jeito que é, mesmo que num determinado dia esteja mais ou menos colorido.
Deveríamos ter esse olhar também para com os outros que, talvez não sejam como gostaríamos, mas que são do jeito que são, naquele momento. Por isso, cabe-nos apenas olhar, apreciar a subjetividade existencial de cada um, inclusive a nossa. Assim como há dias em que o Sol está encoberto, mas continua brilhando por detrás das nuvens, penso que todas as pessoas, por detrás de suas palavras ou atitudes, possuem um “pano de fundo” que pode até estar encoberto, enevoado por uma série de coisas, mas está lá e chama-se consciência. Acredito numa consciência transcendente e intuitiva, para além de nossos pensamentos, emoções ou situações de vida, onde moram valores universais e a vontade de realizá-los.
Nossa tarefa não é tentar mudar as pessoas, mas sermos facilitadores no processo de acesso a essa consciência, pois lá estão as melhores respostas quanto às decisões que devemos tomar. Como fazer isso? Talvez, permitindo que os outros sejam como são, diferentes de nós e não uma expressão de nossa vontade que, inclusive, pode derivar de uma consciência “totalmente” encoberta.
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